📲 Siga o A10+ no Instagram, Facebook e Twitter. 4c2v53
A família de Gisele Maria Pinheiro Pereira, de 33 anos, assassinada pelo ex-companheiro no último sábado (04) em Teresina, segue estarrecida com o caso e tentando assimilar o feminicídio. Em entrevista à TV Antena 10, pais e irmãos descreveram um relação marcada por abusos, discussões, agressões e tentativas de alertar a vítima, o qual manteve um relacionamento de cerca de 3 anos com Pedro Rocha Pereira e Farias, de 23 anos, preso em flagrante pelo crime.
Ana Paula Barreira/ TV Antena 10
Gisele Maria foi assassinada por ele dentro de casa, no bairro Tancredo Neves, com pelo menos 20 golpes de canivete. A dor da família se soma à revolta pelos requintes de crueldade do feminicídio, que escancarou um ciclo de violência que, segundo os familiares, dava sinais há tempos. Maria de Sousa, mãe da mulher, destacou que a filha era muito importante para a família e tinha vontade de viver, de formar família e ter filhos. Ela revelou que semanas antes da separação do casal, houve uma discussão.
“A última vez que eu estava aqui em casa, pude ouvir eles discutindo. Já estava com uns 15 dias que eles tinham saído de lá, mas ela estava lá lavando roupa dele na máquina dele e ele incomodado porque ela estava no quarto, no meu, porque era hábito ela chegar e ir para o quarto e ficar na minha cama. Meu marido estava lá, o ar estava ligado e ele estava incomodado, porque estava com o ventilador e ela estava no ar. De vez em quando ela vinha. E aí teve uma hora que ele começou a brigar. Eu chamei ela no quarto e disse: 'minha filha, é isso que você quer para a sua vida? Se você não deixar ele, ele vai te matar'. Eu li ele todinho nessa hora. Ele queria assanhar ela para ela perder a estribeira, o controle, porque ela tinha problema psicológico, e ele queria ver ela se descontrolar para ela ir em cima dele e ele começar a bater. Ele não se segurava, ele ia chutar. Foi onde eu disse várias vezes para ela: 'ele não é homem para você, não lhe criei para isso'. 'Eu quero ver até onde vai, mãe. Já fracassei outras vezes e não quero fracassar. Eu quero uma família, eu quero ter um filho'”, relatou Maria.
Para a reportagem, a mãe revelou que no dia da separação, Gisele confessou agressões do ex. "Quando teve a separação de fato foi o dia que ele humilhou muito ela e ela chegou aqui, nesse portão, com uma mochila nas costas, chorando e disse que mãe, não tenho condições, ele não me quer, só quer saber de dinheiro, ele é egoísta, isso e aquilo e ela começou a contar que não aguentava mais viver com ele. ‘Olha aqui foi uma chave que ele enfiou em mim, um chute’. Eu fiquei muito alegre de saber que ela tinha saído da vida dele. Ele parece que é um cara narcisista, ele fazia e depois ava a mão como se amasse. Ela era cheia de vida; ele é calculista, ele é psicopata, doente. Eu trabalhei na saúde e sei quando uma pessoa é ruim. Pelos hábitos, daquele jeito. Eu percebi, chamei ela e contei. Não deu para impedir, que é o que me culpa. Como que sou mãe dela e não pude ajudar ela nesse momento">A decisão, obtida pelo A10+, destaca que foi comprovada a prova da materialidade por meio da declaração de óbito da vítima, e os indícios suficientes de autoria, baseados no depoimento em que o próprio suspeito ite ter cometido o crime.
Fonte: Portal A10+